Anemia: o que é, tipos, prevenção e tratamento.
Uma das doenças mais conhecidas entre os brasileiros, a anemia é caracterizada pela dificuldade de produção de hemoglobina pelo sangue, uma substância fundamental para a produção dos glóbulos vermelhos. Sem eles, ocorre também a diminuição da oxigenação das células de todo o corpo, o que pode acarretar em sérios problemas de saúde. E apesar de ter causas variadas, a maior parte dos casos de anemia ocorre por deficiência de ácido fólico, ferro ou vitamina B12. A principal forma de detectar se um indivíduo está ou não anêmico é através do exame de sangue, mas como há vários tipos de anemia, muitas vezes são necessários exames complementares. Veja agora algumas dicas para reconhecer os principais sintomas e formas de prevenção.
Conheça os sintomas gerais da anemia
A anemia é uma doença indolor e tratável - e, em muitos casos, também pode ser evitada. Ela pode ocorrer por conta de hemorragias ou doenças genéticas ou auto imunes, mas na maioria dos casos a sua ocorrência é devida à má alimentação: a ingestão de ferro, vitamina B12, zinco, ácido fólico e proteínas ou não está sendo suficiente ou o organismo não está conseguindo absorver de forma eficiente estes nutrientes essenciais à formação dos glóbulos vermelhos.
Por conta da má oxigenação das células do corpo, o organismo começa a apresentar diversos sintomas, como fraqueza, mal estar, palidez na pele e nas mucosas (gengivas, parte interna das pálpebras), falta de apetite, desânimo e falta de disposição. Nos casos mais graves, os sintomas podem incluir ainda dores de cabeça, pressão baixa, tontura e falta de ar com palpitação, dores musculares, taquicardia, falta de memória e sonolência.
Exames determinam o tipo exato da doença
Os sintomas, no entanto, são inespecíficos e podem variar de acordo com o tipo de anemia, já que as consequências mais graves da falta de oxigenação nas células é a perda ou redução da eficiência dos órgãos. A identificação da causa correta para que seja administrado o tratamento mais adequado, no entanto, só pode ser feita através de exames laboratoriais. O exame de sangue inicial analisará a quantidade de ferritina, mas se a taxa estiver normal serão necessários exames complementares para ampliar a investigação e determinar o tipo de anemia com precisão.
Os exames que poderão identificar o tipo de anemia são:
- eletroforese da hemoglobina (analisa os diferentes tipos de hemoglobina no sangue, podendo ajudar a diagnosticar o tipo de anemia);
- esfregaço de sangue periférico (avalia a aparência dos glóbulos vermelhos do sangue, podendo diagnosticar a anemia falciforme);
- contagem de reticulócitos (avalia se a medula óssea está produzindo novos glóbulos vermelhos, permitindo identificar a anemia aplástica);
- exame de fezes (para detectar hemorragia do estômago ou intestinos, que também podem causar anemia);
- níveis de vitamina B12 na urina (que pode causar a anemia perniciosa);
- níveis de bilirrubina (para determinar se os glóbulos vermelhos do sangue estão sendo destruídos, o que pode indicar anemia hemolítica);
- níveis de chumbo (cuja intoxicação pode casar anemia em crianças);
- função hepática e função renal;
- biópsia da medula óssea (quando há suspeita de que algum problema de medula óssea possa estar causando a anemia).
Também é possível que o médico peça exames complementares de ressonância, raio-x, tomografia, exame de urina, testes genéticos, exames sorológicos e bioquímicos como suporte ao diagnóstico.
Saiba mais sobre os tipos de anemia
O tipo de anemia vai depender da sua causa e a sua identificação é que guiara o tratamento a ser adotado.
Anemia adquirida ou ferropriva
Causada pela deficiência de ferro, que auxilia no armazenamento e transporte do oxigênio dentro da célula. Geralmente a causa é a má alimentação. Pode ser evitada com uma dieta rica em alimentos que contenham o mineral, como frango, carne vermelha, peixe e gema de ovo. Os principais sintomas são vontade de comer objetos, terra ou papel, por exemplo; vermelhidão na boca e feridas em seu entorno; dor na língua e unhas voltadas para cima.
Anemias hereditárias
Causadas por fator genético. Podem ser Talassemia – causada por um gene transmitido pelos pais e que dificulta a produção de hemoglobina; ou Falciforme - também transmitida pelos pais e que se manifesta de forma grave, modificando a formação dos glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio às células, e ocasionando obstruções nos vasos sanguíneos.
Anemia Perniciosa
Causada pela deficiência de vitamina B12, pode resultar em graves danos neurológicos se não tiver tratamento adequado e a tempo. Tem como sintomas específicos formigamento nas mãos e pés; neuropatias; perda de sensibilidade ao toque; dificuldade para caminhar ou manter o equilíbrio; diminuição da concentração de ácido gástrico no estômago; rigidez nos braços ou pernas; e alterações da consciência, com alucinações.
Anemia Aplástica
Doença autoimune na qual a medula óssea reduz a produção das células vermelhas. Pode levar à morte em cerca de um ano. O tratamento é feito através do transplante de medula e transfusão de sangue.
Anemia Hemolítica
As células são destruídas pelos anticorpos, mas pode ser curada através de medicamentos ou remoção do baço em alguns casos. Atinge mais mulheres do que homens e tem como sintomas marcas roxas na pele, tontura, palidez, feridas nas pernas, urina marrom ou rosada e olhos secos e amarelados.
Anemia de Fanconi
De origem genética, pode ser diagnosticada a partir dos 6 anos de idade. Gera anomalias na face e nos dedos. O tratamento também é feito com transplante de medula óssea e imunossupressores.
Anemia Megaloblástica
Os glóbulos vermelhos são anormalmente grandes e os brancos e as plaquetas são reduzidas. Também é provocada pela diminuição de vitamina B12. Seus principais sintomas são dor na barriga, diarreia, queda de cabelo, cansaço e feridas na boca.
Não esqueça que é importante ficar de olho nos sintomas, mas a anemia só pode ser confirmada e ter seu tipo determinado através de exames laboratoriais, os quais indicarão o melhor tratamento a seguir. No entanto, a boa alimentação, rica em nutrientes essenciais ao corpo como o ferro, pode prevenir o tipo mais comum de anemia, tanto em adultos quanto em crianças. Grande parte dos tipos de anemia têm cura ou são tratáveis, garantindo uma boa qualidade de vida ao paciente.