Dezembro Vermelho: mês de luta contra o HIV e demais ISTs
Saiba mais sobre a campanha Dezembro Vermelho e sua importância no combate às infecções sexualmente transmissíveis e ao vírus da AIDS.
Instituída em 2017 pela Lei Federal nº 13.504, a campanha Dezembro Vermelho foi criada com o objetivo de promover a prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), além da proteção e assistência às pessoas portadoras de HIV/AIDS. Anteriormente à criação do Dezembro Vermelho, desde 1988 o dia 1º de dezembro é celebrado como Dia Mundial de Luta contra a AIDS.
Após 40 anos do primeiro caso registrado da doença, a Organização das Nações Unidas (ONU) alocou 38 milhões de pessoas em todo o mundo vivendo com HIV/Aids. No Brasil, somente no ano de 2020 foram registrados 32.701 casos de pessoas com HIV.
Infelizmente, o desafio das pessoas portadoras de HIV vai muito além do convívio com o vírus e a doença. A desinformação e o estigma gerado pelo preconceito, muitas vezes, dificultam a aceitação da condição e da procura por tratamento, e por isso a campanha Dezembro Vermelho é tão importante, pois traz à tona o quão necessário é, nos dias de hoje, debatedor o tema e falar sobre os avanços no tratamento de IST e AIDS.
Qual a diferença entre HIV e AIDS?
Muito se confunde sobre os termos AIDS e HIV, mas a diferença entre um e outro é simples de explicar. Enquanto o HIV (sigla em inglês) se trata do Vírus da Imunodeficiência Humana, a AIDS (sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é a doença causada por ele.
O vírus HIV age atacando o sistema imunológico, que é responsável pela defesa do organismo contra doenças, atingindo principalmente os linfócitos T CD4 +. Dessa forma, o vírus altera o DNA da célula, produzindo cópias de si mesmo e, depois se multiplicar, rompe os linfócitos atacados buscando outros para continuar a infecção.
Contudo, a maior confusão está no fato de que possuir o vírus HIV no organismo não significa ser portador da AIDS. Os chamados soropositivos \u2012 pessoas que contraíram o vírus \u2012 podem viver anos sem apresentar quaisquer sintomas ou mesmo desenvolver a doença.
Como o vírus HIV pode ser transmitido?
Apesar dos quarenta anos que separam a descoberta do vírus HIV até os dias atuais, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como ele é transmitido. Geralmente, o contágio primário ocorre através de relações sexuais desprotegidas ou pelo compartilhamento de seringas contaminadas, nos casos de químicos dependentes.
Mães com HIV transmitem o vírus para o feto durante a gestação ou para o bebê durante a amamentação, quando as medidas preventivas não são tomadas.
É importante ressaltar que o HIV não é transmitido através de atos como abraços, beijos, compartilhamento de objetos ou utilização do mesmo banheiro, por exemplo. A falta de informação sobre esses aspectos causa desconfiança e preconceito e interferir nas relações sociais de pessoas portadoras do vírus, e por isso as formas de contágio precisam ser desmistificadas.
Dezembro Vermelho: prevenção e tratamento do HIV e das IST
Além do foco na prevenção do HIV/AIDS, a campanha Dezembro Vermelho também aborda questões relacionadas à prevenção e tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Estas são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos e sua transmissão se dá através de relações sexuais (oral, anal e vaginal) sem uso de preservativo.
Existem muitos tipos de IST, mas como mais conhecidos são:
- Herpes genital;
- HPV;
- Sífilis;
- Mol cancro (cancroide);
- Gonorreia e infecção por Clamídia;
- Doença Inflamatória Pélvica (DIP);
- Linfogranuloma venéreo (LGV);
- Tricomoníase;
- Hepatites virais B e C.
Estas infecções se manifestam, geralmente, pela surgimento de feridas, verrugas, corrimentos, ou ainda através de dor pélvica, ardência ao urinar e lesões na pele. Por este motivo, uma das formas de diagnosticar precocemente a presença de um IST é observar o corpo durante o banho e momentos de higiene pessoal, o que ausentou no tratamento em estágio inicial.
O tratamento do IST é fundamental para interromper a cadeia de transmissão e, sobretudo, melhorar a qualidade de vida. Quando não tratadas de forma adequada, como IST pode provocar complicações graves, podendo levar o paciente à morte.
Prevenção combinada ao HIV/AIDS
De acordo com o Ministério da Saúde, a melhor técnica para evitar o HIV/AIDS é através da prevenção combinada, feita através do uso de diferentes abordagens de prevenção simultaneamente, e que deve ser aplicada em diversos níveis.
Um exemplo de prevenção combinada é a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), com o uso de medicamentos antirretrovirais, e a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que consiste no uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao vírus, o que reduz a probabilidade da infecção.
No entanto, vale ressaltar que o uso de preservativos (camisinha) é fundamental em todas as relações sexuais, não apenas como forma de contra, mas principalmente para a contaminação por IST.
Tratamento do HIV: é possível conviver bem com o vírus!
A principal forma de tratamento do HIV/AIDS é através da terapia antirretroviral. Desde 1996, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece os medicamentos para tratamento e prevenção de forma gratuita.
Apesar de muito se questionar sobre a dependência ao chamado "coquetel" de medicamentos, é graças a eles que as pessoas portadoras de HIV/AIDS podem levar uma vida saudável e garantir a longevidade.
Obviamente, assim como para qualquer pessoa, manter um estilo de vida regrado, com atividades físicas regulares e alimentação balanceada também é necessário.
Contudo, o tratamento com a terapia antirretroviral, seguido corretamente em dosagem e tempo, pode reduzir a carga viral do HIV até que ela se torne indetectável nos testículos.
E o que isso significa na prática? Que o vírus HIV não aparece na corrente sanguínea em exames laboratoriais comuns e que não é mais transmitido sexualmente. Porém, é importante lembrar que isso não dispensa em algum momento o uso de preservativos, que deve ser utilizado por qualquer pessoa em todas as relações.